O Fado

Nem 3 meses passaram e quando penso no que vos quero escrever já o faço em inglês :)

A partida da Nadine, a chegada do Steffan mexeram muito comigo :) fazem-me pensar no q quero, no que sempre quis e se alguma vez quis outra coisa... e se alguma vez vou ter o que quero.

Não me interpretem mal no outro post... Eu até acho piada a esta atitude tão portuguesa, a nossa cultura da saudade e da protecção mas eu sou só... diferente.

Não sei como é possivel viver uma vida a olhar para alguém tão chegado, saber que essa pessoa não é feliz mas simplesmente ignorar porque é mais facil, pq dá menos trabalho... e porque o normal é crescer, arranjar um bom emprego, casar e ter filhos...

E depois quando o vento nos sopra ao ouvido trazendo noticias do mundo partimos por um mês ( o aceitável da nossa cultura) e voltamos cheios de planos e sonhos que nos caiem aos pés ao olharmos para os nossos pais e para as lagrimas nos seus olhos.

" O que hei-de fazer com os meus pais? vejo-os tão apegados a mim..." quantas vezes n oiço esta expressão.

Mas o que as lagrimas não deixam os nossos pais ver é que os planos que nunca concretizamos e os sonhos que nunca vivemos teremos de os carregar em cada passo que damos...

Antes não entendia muito bem porque havia gente que tinha bilhetes de inter-rail de mão beijada e voltavam para casa mais cedo para fazer "surpresa aos pais" :) mas hoje aceito-os como parte da cultura do país onde nasci e para onde quero voltar mas não para já...

E é tão simples quanto isto...

Hoje chove em Tallinn e dentro de mim também! por saber que se tomar certas decisões que não passem por um emprego estável ou um marido trabalhador não terei a aprovação dos que mais amo e que tão importantes são para mim...

A indecisão e a chuva invadem-me a alma...Eu só quero contribuir para construir um mundo melhor!

Que das entranhas me venha a coragem que me faltou noutros tempos e que outros, de mim tão diferentes, aceitem a minha felicidade como sua, porque assim como assim... eu não sou má pessoa, apenas diferente!

E seja qual for a decisão que tomar que tenham todos consciência que eu realmente tentei... tentei ter a vida que todos esperavam de mim, trabalhei e trabalho muito, tentei ter um namorado com o perfil ideal... mas não era feliz e não serei feliz se tiver de voltar para Portugal tão cedo ou por muito tempo.

E perdoem-me aqueles a quem magoar com a minha personalidade porque vos amo e aceito com defeitos e qualidades, com todo o meu ser...

Mas até ao dia D, falemos baixinho pois há pessoas que insistem em querer que a minha felicidade seja o que eles decidem que me faz feliz e se tomar um caminho diferente não será bem-vindo...

Para os que entendem, para os que não entendem, para os que não querem entender... Que a vida vos traga tudo o que mais desejarem excepto eu, claro ;)

Um beijo com sabor a lua,

Tânia